domingo, 5 de junho de 2011

Mais sobre o Bullyng!

Muita gente me pergunta sobre o Bullyng, com uma dúvida peculiar, mas muito cabível: "O Bullyng só acontece nas escolas? Só o convívio escolar é que pode causar seus efeitos devastadores?"

Bem, tenho por experiência, e já falei em outras postagens, que a intimidação é um fator determinante para caracterizar se a pessoa (criança ou adulto) é uma vítima ou não. A sensação de impotência, de solidão, de estar indefesa. Ou o famoso "ninguém me entende".

Uma pessoa que tende á depressão e ao isolamento, muitas vezes, é uma potencial vítima. Seu estado mental já faz, normalmente, com que se isole e não busque ajuda, colocando a si mesma, muitas vezes, como a culpada dos ataques e agressões.
Lembro aqui que não precisamos falar apenas em agressões físicas, mas também as morais. E pasmem, segundo estudos, os maiores propagadores deste tipo de atitude são os próprios pais. Cria-se um abismo entre pais e filhos, a tal ponto que os filhos param de procurá-los e contar seus sentimentos, suas dúvidas, seus problemas. Porque os pais serão os primeiros a julgá-los, a criticá-los.
Inconscientemente, este comportamento dos pais imputa nos filhos um sentimento de culpa, do tipo "se eu estou passando por isto é porque eu mereço".
Enquanto não mudarmos esta concepção, e diminuirmos este abismo, abrindo mais espaço para conversar e nos entendermos, o Bullyng continuara sendo uma constante nas nossas vidas, e muitas vezes sem que sequer percebamos sua presença.

Alguns tipos de Bullyng mais difundidos na nossa sociedade:

Bullyng Social:
No convívio entre amigos, colegas de trabalho, comunidade, sempre há aquele que é motivo de chacota, que nunca é levado a sério, e sempre que abre a boca, a primeira coisa que fazemos é respirar fundo e revirar os olhos (às vezes até grunhimos sem perceber);

Bullyng Escolar:
Uma criança tida como "vítima", diferente, indefesa. Filhos de estrangeiros, por exemplo; crianças muito pequenas; muito grandes; com alguma deformidade; desengonçadas; engraçadas;

Bullyng Profissional:
Uma empresa que oprima seus funcionários, que imponha suas regras (certo, como a grande maioria faz), e que não leva a sério a condição de vida e saúde do profissional. Quantos de nós nunca ouvimos a famosa frase "Tem quinhentos desempregados querendo o seu cargo. Então fica esperto e faça o que eu mando."


Como podem ver, o Bullyng foge completamente ao contexto escolar nos dias de hoje, embora estudos sobre ele tenham começado neste meio. Talvez por isto a confusão de pensarmos que "só é bullyng se for na escola". Bem, como podem ver, isto está bem longe da realidade.

As pessoas oprimidas, diminuídas, maltratadas e agredidas uma hora chegam no seu limite. Ou no popular, "uma hora o caldo entorna".
E nesta hora, a psiquê não vê amigo ou inimigo. Ele vê aqueles que por anos a fio o oprimiram, e vai atrás de retaliação, seja como for.
Um empregado que sabota a própria empresa; um amigo que fala pelas costas; um colega de escola que começa a sofres como válvula de escape dos abusos sofridos.

Do inglês, Bully: Ameaçar, assustar, maltratar, arreliar, oprimir.

Crie uma pessoa imersa no medo, e uma hora o medo será sua arma.
Então, vamos começar a olhar em volta, e procurar estas pessoas.
Elas estão ali, tímidas e indefesas.
Ou assim nos parece.

Dica de Filme: "Um Dia de Fúria", com Michael Douglas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bullying e a Violência nos dias atuais!

Temos visto atualmente muitos atos de violência em que a justificativa usada pelos assassinos para justificar atos tão cruéis tem sido o fato deles mesmo terem sido vítimas, do tão falado, bullying em suas infâncias.
O que eu gostaria de discutir aqui hoje é que o Bullying de fato existe e é um problema que não pode ser ignorado, mas que do mesmo modo que outros distúrbios já cairam no gosto popular e já passaram a ser usados indiscriminadamente para justificar qualquer coisa (como é o caso da hiperatividade, depressão, etc), o Bullying parece estar indo pelo mesmo caminho. Então vamos aos fatos:
- Crianças e adolescentes muitas vezes podem ser realmente cruéis um com os outros e discriminar uma criança ou adolescente quando este apresenta traços muito diferentes da "normalidade" e principalmente quando a pessoa parece de fato se incomodar com aquela gozação ou rótulo.
- Para a pessoa vir a se tornar um assassino, ou psicopata, ou algo do gênero, não é necessário que ela tenha sofrido o Bullying ou uma discriminação qualquer. Mas ela já apresenta uma predisposição que pode vir a desenvolver um quadro psicótico. Não é porque alguem foi discriminado, ou vítima de Bullying, como temos ouvido falar em alguns meios de comunicação, que a pessoa vai sair cometendo atos de violência. Se fosse assim, a maioria das pessoas estariam propensas em algum momento praticar algum ato violento, pois quem nunca foi contrariado? Ou quem nunca ouviu alguma gozação quando criança?
Acredito que este assunto não se esgota por aqui, mas poderá ser tema para próximas discussões.