segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amor de música X Amor de verdade

Estamos acostumados ouvir músicas de amor que apresentam algumas frases que funcionam muito bem quando se tratam de letras de música, mas que na realidade não deveriam funcionar bem assim. Diria que são o ponto alto do romantismo, mas que na vida real não passam de baixa auto estima, falta de amor próprio ou não conseguir se ver como alguém que se basta.
Pra começar, quando ouvimos coisas como: procuro um amor que seja bom pra mim, mas o melhor seria sermos ótimos para nós mesmos mesmos. Ou melhor, quando ouvimos coisas do tipo....preciso de você para viver, sem você eu não vivo. Outra coisa que é super negativo, pois o amor só tem sentido quando nós não precisamos do outro para viver. O parceiro não deveria ser uma NECESSIDADE e sim uma escolha, alguém com quem a gente gostaria de ficar junto, alguém que a gente escolhe para dividir a nossa vida. Mas que se no fim não der certo, paciência, fizemos o que pudemos e a vida continua, apesar do fim do relacionamento.
E mais algumas coisas, como por exemplo, todos já ouvimos, tenho certeza, que para os outros gostarem de nós, primeiramente temos que nos amarmos. Temos que nos valorizarmos e fazermos coisas boas para nós mesmos. Fica mais fácil de outras pessoas nos acharem interessantes, se nós fizermos coisas que são importantes para nós mesmos.
Outra frase que costumo questionar muito: ele(a) me completa. Pra mim, não existe isso. Pelo menos não deveria existir coisas do tipo: ele(a) é a minha metade da laranja. Pois somos todos inteiros. Não estamos pela metade. A outra pessoa não te completa. Não é tão bom estar com alguém com quem dividir as suas experiências, ou melhor, com alguém que se faça uma adição do modo de cada um ver a vida? É muito melhor pensar desta maneira. Pois do contrário, enquanto não encontramos o amor, ou quando perdemos um amor....estaremos fadados a sermos senpre uma metade...incompletos. Sendo que é muito melhor sermos um inteiro....que pode fazer muito sentido junto a outro inteiro.
Essa minha visão pode ser estranha, pode gerar críticas....pode fazer parecer que estou diminuindo o amor, o romantismo. Mas na realidade não. Se relacionar, viver um amor, viver num relacionamento é muito bom e enriquecedor na realidade. Mas enriquece na medida que conseguimos ver o nosso valor, separadamente do valor do outro. E na medida que essa relação seja uma escolha. Que traga sempre prazer de viver e de compartilhar. E que essa relação consiga preservar o que existe de individual em cada pessoa. Que cada um consiga continuar tendo vida própria, tendo a sua subjetividade sempre.