segunda-feira, 29 de março de 2010

Terapia em grupo: fazer ou não fazer??

Muita gente tem um pouco de resistência quando é indicada para participar de um grupo terapêutico e tem a falsa idéia de que numa terapia individual os resultados serão muito mais rápidos e eficazes!!!
Na realidade os dois tipos de terapia são muito eficazes, o caminho trilhado é diferente, mas o resultado final é muito gratificante.
Afinal, como funciona e o que é um grupo terapeutico??? É um grupo de pessoas, com necessidades semelhantes, que se reunem com um objetivo. E cada pessoa do grupo tem a sua individualidade.
É um espaço para compartilhar vivências, alegrias, preocupações, conflitos, sentimentos, etc.
O grupo é formado com a participação de todas as pessoas envolvidas naquele contexto. Um grupo nunca é igual ao outro, cada grupo é constituido de pessoas diferentes e suas histórias de vida; a união dessas diferentes identidades irá formar a identidade do grupo.
O grupo, enfim, envolve um processo de construção coletivo, onde cada participação fará com que se chegue a uma solução. São diferentes maneiras de lidar com situações semelhantes. É a possibilidade de aprender com a vivência do outro que o diferencia da terapia individual. E a demanda de assuntos costumam emergir do próprio grupo.
Geralmente as pessoas envolvidas no processo terapêutico em grupo se comprometem de verdade com este tipo de atendimento. E costuma ser muito prazeiroso a troca de experiências e vivências. As pessoas se identificam umas com as outras, o vinculo realmente acontece e o sigilo é muito levado a sério.
Os grupos podem ser fechados, ou abertos e com diferentes objetivos. Aqui foi falado mais do modelo fechado. Em breve poderão ser explorados mais o funcionamento do grupo aberto.

sábado, 27 de março de 2010

Imaginação ou Fantasia: Um pé na realidade!

Falamos antes da importância da imaginação da criança no seu processo de desenvolvimento, para lidar com situações de carência, abandono, ou em alguns casos de confusão e má orientação. Muitas pessoas nos perguntaram sobre a questão dos "amigos imaginários", se é saudável, se é normal... até perguntas de origem espiritual nós recebemos.

Não vamos entrar na questão espiritual porque não cabe aqui, mas estamos à disposição para discutir o assunto através de nosso e-mail, para evitar maiores polêmicas.

Toda criança possui uma mente imaginativa muito exacerbada. São capazes de criar histórias, personagens e, muitas vezes, músicas com praticamente qualquer coisa. Quem nunca tentou criar uma história, um conto, ou mesmo uma canção, e viu-se empacado no lugar? A idéia estava ali, mas simplesmente parecia que não a alcançava.

Toda criança possui grande facilidade em acessar este conteúdo imaginativo. Na verdade, algumas linhas da psicologia tratam da questão da Mente Criativa como um contato íntimo com a natureza infantil, ou criança-interior, de todos nós. Quando uma pessoa é muito criativa, é comum ser chamada de "infantil". Ou o contrário, uma pessoa monótona e sem brilho ser chamada de "velha".

Exercitar este processo, esta Mente Criativa, é muito saudável. Criar novas brincadeiras, novas palavras, nomes, e em alguns casos até mesmo brincar de faz-de-conta, fingindo ser outra pessoa, um personagem de filme ou desenho, ou algo totalmente diferente. Muitas vezes, é a forma de nossa mente inconsciente lidar com idéias e conteúdos que estão subliminares ao momento em que vivemos. Com as crianças não é diferente, e nem poderia.

Imaginação e Fantasia estão associados. A Imaginação é uma propriedade natural do ser humano, referente à sua capacidade de trazer à mente uma experiência vivida através dos sentidos, lembrando de uma pessoa, objeto, situação, e revivendo seu contato com o(s) mesmo(s) através do pensamento e da lembrança abstrata.

Já a fantasia está mais ligada à criatividade, pois difere da Imaginação por não ter relação com a realidade, propriamente. Trata-se de um processo mais elaborado, onde a própria realidade pode ser deixada de lado. Ou seja, podemos não só lembrar, como na Imaginação, mas também modificar aquilo que imaginamos da forma que quisermos.

Este processo é conhecido como "Compensação", ou seja, pegamos uma situação real experimentada, muitas vezes vivida de uma forma negativa, como um constrangimento, uma frustração, ou uma experiência dolorosa, por exemplo, e a transformamos em algo mais prazeroso, ou mesmo divertido, de se viver e/ou lembrar.

Isto apenas deixará de ser saudável caso torne-se um processo muito forte para a pessoa, principalmente para a criança. O que chamamos de mentira, para ela pode ser uma fantasia, e se mau orientada pode seguir dois caminhos: Pode ser vista como algo infantil, e tratado como uma brincadeira sem importância, ou pode tornar-se um processo criativo deturpado, onde a mente da pessoa (principalmente da criança) torna aquela fantasia verdadeira, perdendo o contato com a realidade e experimentando as "falsas lembranças" como sendo reais.

É muito importante ficar atentos à esta questão, percebendo os limites da brincadeira e a importância destes conteúdos referenciais para a criança, pois deles depende a formação de sua própria personalidade, sua identidade e, mais importante, seu caráter.

Um processo criativo baseado na Imaginação saudável, consciente da realidade, pode promover um desenvolvimento saudável, baseado em regras e conceitos sociais bem elaborados e aceitos.

No entanto, um processo baseado em fantasias irreais pode causar um desenvolvimento deturpado, baseado em regras não-aceitas e conceitos inexistentes senão na mente da criança, que a cada dia passa a dar uma importância cada vez maior àqueles conteúdos, tornando-se verdadeiramente "doente".