segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Porque pais e professores sentem-se perdidos?

A educação das crianças, que tradicionalmente cabia aos pais, hoje está sendo dividida com a escola. Não adianta a escola atribuir a educação de seus alunos aos respectivos pais e nem os pais exigirem da escola tal função. A situação atual é conflitiva e temos de ajudar a resolvê-la, para o benefício de uma geração, pois a educação virou uma batata quente que ninguém quer segurar.
As crianças estão indo para a escola para ser educadas e algumas para ser criadas. Não é a toa que a dificuldade de lidar com os alunos tem aumentado. A indisciplina é o resultado quase natural da falta de educação.
O que se observa hoje é a falência da autoridade dos pais em casa, do professor em sala de aula, do orientador na escola. É claro que as excessões existem.
Professores e Orientadores tem dificuldade de estabelecer limites na sala de aula e não sabem até que ponto intervir nos comportamentos adotados nos pátios escolares.
Recuperar a autoridade fisiológica não significa ser autoritário, cheio de desmandos, injustiças e inadequações.
A Autoridade é algo natural que deve existir sem descargas de adrenalina, seja para se impor ou se submeter, pois é reconhecida espontaneamente por ambas as partes. Assim o relacionamento se desenvolve sem atropelos.
Já o autoritarismo, ao contrário, é uma imposição que não respeita as características alheias, provocando submissão e mal estar, tanto na adrenalina de quem impõe, tanto na depressão de quem se submete. O segredo que difere o autoritarismo do comportamento autoritário adotado para que a outra pessoa(filhos ou alunos) torne-se mais educada ou disciplinada é o respeito pela auto estima.
A auto estima é o sentimento que faz com que a pessoa goste de si mesma, aprecie o que faz e aprove suas atitudes. Trata-se de um dos mais importantes ingredientes do nosso comportamento - e um ítem fundamental para se estabelecer a disciplina.
Na infância a auto estima fundamental é alimentada toda vez que a criança realiza algo e isso pode ser dimensionado. Aplaudir ou reprovar fora de hora, quando realmente não é merecido, distorce essa auto estima.

2 comentários:

Felipe Moreira disse...

Sugestão de leitura:
"O Monge e o Executivo"

Trata da questão Liderança vs. Autoridade.

Uma leitura muito enriquecedora, não só para profissionais como para pais, professores e qualquer um. Um enriquecimento pessoal.

Luciana Galli disse...

Nossa esse texto diz tudo. Sou mãe e também sou professora. Como estou diretamente ligada ao assunto, sei que a educação dos meus filhos é minha função, mas, para ser sincera tenho, além dos meus três filhos, mais 14 na escola... São crianças que tem pais perdidos pois são frutos de pais autoritários e não querem cometer com seus filhos os mesmos erros que seus paos cometeram. Assim, eles não sabem impor limites e educar a criança e acabam sendo condescendentes em demasia, fazendo as vontades das crianças e tendo medo de puní-las com medo de que seus filhos sintam por eles aquilo que eles sentiam por seus pais. Como diz um ótimo texto que recebi pela internet, "Somos a última geração que temos medo de nossos pais e a primeira que tememos nossos filhos." Agora eu pergunto aos pais na reunião e poucos me respondem de forma coerente : Se nossos filhos nos tem como guias para suas vidas, como podemos entregar a direção de nossas vidas nas mãos deles e querer que cresçam emocionalmente saudáveis? Quem conduz quem? Que segurança que eles têm?
Minha luta na escola tem sido educar pais, muito mais do que educar crianças. Procuro direcionar os pais para que os filhos não fiquem perdidos e, quando crescer, não saiam por aí queimando índios puramente por diversão. O que queremos para o futuro dos nossos filhos???????!!!!!

Ah propósito Fê, esse livro é ótimo e outro indicado é "Quem ama educa" do dr Içami Tiba. Muito bom também...

Adorei o texto!
bjks