quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sobre a inclusão e outras idéias...

Faz realmente muito tempo que não escrevo aqui e resolvi colocar algumas considerações a cerca da inclusão...mas são só alguns pensamentos, nada conclusivo, mas é algo que venho pensando nesse tempo em que trabalho com muitas crianças incluidas na rede municipal de ensino. Já faz tempo que venho questionando a maneira como isso vem sendo feito e pensando que infelizmente, ao meu ver, nem todas as crianças incluidas estão aptas ou preparadas para frequentar uma escola regular. Acredito sim que em alguns casos essa inclusão é possivel, mas que não são em todos os casos. E penso que a longo prazo isso pode ser muito prejudicial principalmente para aquela criança que foi incluida. Vou colocar aqui um trecho de um texto escrito na Veja, da semana do dia 02 de Janeiro de 2013, escrito por Lya Luft. O nome do texto é "O ano das criancinhas mortas": "(...) Segundo, precisamos sim, rever em toda a parte nossos conceitos, leis e preconceitos quanto a doenças mentais. O politicamente correto agora é a inclusão geral, significando tambem que crianças com deficiência devem ser forçadas (na minha opinião) a frequentar escolas dos ditos "normais" (também não gosto da palavra), muitas vezes não só perturbando a turma, mas afligindo a criança, que tem de se adaptar e agir para além dos seus limites - dentro dos quais poderia se sentir bem, confortável, feliz. Pessoas com qualquer tipo de transtorno mental devem ser cuidadas conforme a gravidade de sua perturbação, que pode ser leve ou chegar a estados perigosos para si mesmas ou para os demais - o que na maioria das vezes irrompe ou se agrava no fim da adolescência. Mas em geral, pela tremenda dor de termos um filho ou filha com tais problemas, fingimos que nada ali é "anormal" (detesto essa palavra também). É feio levar ao médico a criança com transtornos psiquiátricos, porque é feio desconfiar que um filho ou filha tem esse tipo de "problema", é mais feio ainda aceitar tratamento ("remédios fazem mal", "vacina me deixa doente", "anticoncepcionais me atacam os nervos")(...) Bom...acompanho as vezes casos que pais se negam a colocar os filhos numa escola especializada. Ou se negam a levar a criança num neurologista, num psiquiatra. Não querem dar o remédio. E as vezes o sistema público tambem não oferecem todo o apoio que essas crianças precisam. É muito complicado, é um trabalho muitas vezes solitário, em que não conseguimos resultados satisfatórios e não podemos contar com um apoio. A psicologia ajuda muito, mas tem seus limites e precisa de uma série de outros apoios e considerações. É isso, volto a escrever mais sobre o tema em outras oportunidades.

Um comentário:

Felipe Moreira disse...

É de impressionar a falta de preparo das redes municipais de ensino. Profissionais despreparados e até pior famílias que muitas vezes não se importam com a qualidade do ensino de seus filhos. Apenas quwrwm alimentar uma ilusão narcisista de que seus filhos não têm problema algum. Preferem fechá-los numa concha a prepará-los para a vida adulta. Coloca.-nos como "espwciais", exifindo cuidasos especiais, ao mesmo tempo que cobram do sistema que sejam tratados como "normais". Incoerente, mas infelizmente uma realidade.